NODULAR: COMO ESSE MATERIAL GARANTIU (E CONTINUA GARANTINDO) A QUALIDADE BGL
Na década de 1960, a BGL ansiava por aumentar sua produção. A matéria-prima utilizada então para fabricação de suas buchas para rolamentos, o ferro chato enrolado na forja, tornava essa missão inglória. Foi então que surgiria o ferro fundido nodular na história da empresa. Em 1967, com o desenvolvimento de uma liga de nodular e compra de equipamentos de moldagem e fundição, foi criado o material que revolucionou a produção e qualidade.
Por se tratar de uma novidade no Brasil, a ideia foi patenteada e a capacidade de produção da BGL acabou multiplicada em pelo menos 10 vezes. E o melhor: o material até hoje é reconhecido por sua resistência e qualidade. Claro, ao longo dos anos, o nodular foi sendo cada vez mais aprimorado, permitindo o desenvolvimento de ligas metálicas mais apropriadas a cada linha de produtos BGL, de forma a atender tanto os requisitos técnicos, como propriedades mecânicas, acabamento superficial e dureza, quanto os de usinabilidade, propiciando baixo índice de refugo, alta produtividade e autonomia para produção das mais diversas peças e nos mais variados tamanhos.
Mas o que há de especial nas ligas metálicas da BGL? O nodular tem como diferencial uma maior porcentagem de carbono em sua composição química, se comparado ao aço: de 3% a 4% contra 0,18% a 0,23%, considerando-se o aço 1020. O ferro-silício, junto com as ligas de magnésio, dá ductibilidade ao material que aliado ao carbono e alguns segredinhos garante uma maior resistência a tração, alongamento e dureza. O grafite, também componente da liga, é um diferencial importante na montagem e desmontagem das buchas para rolamentos.
Estreitando as faixas desses elementos químicos, é possível criar ligas metálicas muito específicas para cada tipo ou família de peças de acordo com a necessidade de cada peça em específico e assim aproveitar ao máximo as propriedades mecânicas, construtivas e de usinabilidade do material, independente do formato ou tamanho da peça.
O nodular também possibilita aproveitamento interno de 100% das sobras, como cavacos, refugos e canais de alimentação, o que proporciona redução de custo, melhor aproveitamento de energia e minimização de impactos ambientais.
Explicadas as vantagens do nodular, é possível entender o que são as ligas metálicas desenvolvidas pela BGL. Com os cálculos de carga, as “receitas”, permite calcular qual seria a concentração de cada elemento químico em função da carga (peso) de cada matéria-prima adicionada ao forno para a fusão. A teoria é levada à prática após um ensaio feito com um equipamento de alta tecnologia chamado espectrômetro, capaz de, através da queima de uma amostra de metal, analisar a intensidade luminosa gerada nesse processo e, a partir daí, definir com precisão milesimal a porcentagem de concentração de cada elemento químico presente na amostra.
Um detalhe fundamental é que essa análise é feita ainda com o metal líquido dentro do cadinho do forno, sem ser envazado nos moldes, o que permite eventuais correções no material por meio da adição de novos elementos. Isso garante 100% das especificações de composição química das peças envazadas.
Importante: essa análise é realizada a cada batelada ou corrida do forno, multiplicando exponencialmente a probabilidade das propriedades mecânicas, que de fato são os requisitos normativos mandatórios, estarem em conformidade com as especificações exigidas.
Parabéns BGL.
Ótimas informações sobre o Nodular.
Obrigado, Nelson!